quinta-feira, 12 de julho de 2007

A Vida Como Ela É

Ontem jogaram Brasil e Espanha pelas oitavas de final do Mundial sub-20. O Brasil nem merecia estar ali, já que havia perdido duas partidas em três na primeira fase. O jogo iniciava à meia-noite e pouco e eu me dispus a assistir pelo menos o primeiro tempo.

Comecei assistindo pela Band, já que havia os comentários infelizes, porém verdadeiros do Neto. Como quando ele disse que se o negrão espanhol, um nigeriano naturalizado, tinha 19 anos, ele iria botar um calção, porque tinha 25. Disse que não era gato e sim um enorme gato. Pouco depois troquei de canal, porque a imagem do Sportv era melhor. Incrível, passam os anos e a imagem dos jogos na Band continua muito inferior aos outros. Porque será? Enfim, vamos ao jogo. Espanha começou o primeiro tempo muito melhor, desperdiçando diversas chances. Brasil pífio justificava porque tinha chego sem merecer nas oitavas de final. Até que num contra-ataque brasileiro, cruzam uma bola e Pato dá uma linda cabeçada que passa rente a trave. Esse lance deu moral para a Seleção. Dois minutos depois, Pato tenta cabecear outra bola, mas não alcança e ela sobra pra Leandro Lima (que não vinha nada bem) fazer uma baita duma bucha de voleio. Logo em seguida, aos 41, outra bola alçada e dessa vez a cabeçada de Pato é certeira. 2 a 0 pro Brasil, sem merecer. Antes do final da primeira etapa, a Espanha acha um gol: o cara além de estar impedido, desvia com a mão. A vida como ela é, já dizia o treinador do Brasil, Nélson Rodrigues.

Decido assistir ao segundo. A bem da verdade é que não estava secando o Brasil, mas também não estava torcendo. O segundo tempo foi morno. Jô (um Vágner Love mais magro e ainda mais inoperante) saiu machucado e no lugar dele entrou Luiz Adriano, mais uma vez provando que o Inter fez um baita negócio despachando ele pra Ucrânia. Gostaria de deixar claro vou agradecê-lo eternamente pelo gol contra os árabes. O Carlos Eduardo também entrou, se destacando pouco, mas não jogando mal. Como eu disse, o segundo tempo foi morno, com exceção de um par de jogadas geniais, do diferenciado Pato (coisa que os narradores ficavam frisando a cada minuto). O Brasil começou a fazer cera e a classificação estava muito próxima. Só que aos 39, a Espanha teve uma falta perigosa, e enquanto o Cássio arrumava a barreira, o espanhol disparou um tirambaço e o goleiro gremista nem se mexeu. 2 a 2, culpa total da inocência dos jogadores brasileiros, já que era só um ficar na frente da bola. A partir daí começou o calvário verde-amarelo. Antes de ir para a prorrogação a Espanha se transformaria e ainda perderia alguns gols. O time brasileiro se mostrava exausto e incrédulo e o Titanic estava prestes a afundar de vez.

O tempo extra foi um baile espanhol, um verdadeiro flamenco. O bom lateral-direito do Brasil, Amaral havia se lesionado e no lugar dele entrou o corintiano Eduardo Ratinho, numa das piores atuações que já vi na minha vida. O cabeludinho que jogava na esquerda da Espanha, tal de Capel, deitou e rolou. A Espanha pressionou muito e acabou finalmente fazendo 3 a 2 aos 11 do primeiro tempo. O segundo tempo me lembrou as peladas que eu jogo no fim-de-semana. O time do Brasil todo exausto desistiu do jogo e sem galinhagem, os espanhóis chegaram umas seis vezes três contra um na cara do gol e erravam todas. Um massacre de dar pena. No último lance da partida, o golpe de misericórdia: 4 a 2. Como toda história nelsonrodriguiana, terminou em tragédia. Adiós Brasil y... bienvenido Alexandre Pato (os colorados agradecem). Termina a pior campanha da história do Brasil em mundiais sub-20. E quem se importa? Já era quase três da manhã e eu tinha sono.



Um comentário:

Gui Piccinini disse...

Como tu citaste acima, não pude deixar de ver o jogo, na íntegra, na Band. No mínimo, morri de rir com os comentários do Neto. Ah, ele praticamente aposentou o Luciano Ratinho. Tanto que até o narrador em questão (acho que era o Téo José) ficou envolvido na raiva e começou a xingar ele..