quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Racismo - Parte II

Eu tava buscando no google sobre essa polêmica do racismo e encontrei uma reportagem do UOL que data de 9 de março de 2006, cujo título é "O Racismo mancha o futebol gaúcho" e tratava do caso de racismo envolvendo o Antônio Carlos, que jogava no Juventude, e o jogador Jeovânio, do Grêmio.
Aqui está a reportagem completa, publico alguns pontos, porque é sempre assim, quando acontece alguma coisa desse nível, as direções repudiam (com toda razão), dizem que vão fazer alguma coisa para combater e o que se vê não é isso. Se a situação vai melhorar ou piorar no futuro só o tempo dirá, mas estamos na torcida para que esse tipo de atitude não envergonhe mais nosso estado.

09/03/2006 - 09h00
O racismo mancha o futebol gaúcho
Nico Noronha, do Pelé.Net

PORTO ALEGRE - O volante Jeovânio Rocha do Nascimento, do Grêmio, um negro de 1,73m e 76kg, nascido em Goiânia há 28 anos, é a mais nova vítima do racismo, algo que têm sido muito combatido neste começo de século, mas que insiste em manchar de forma especial o futebol gaúcho. No último domingo, dia 5, após Jeovânio receber um cotovelaço no rosto, aplicado pelo zagueiro Antônio Carlos, do Juventude, esse foi expulso e deixou o gramado esfregando o dedo na pele do braço, num indesmentível gesto de preconceito, além de ter gritado a palavra "macaco".

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No mesmo estádio Alfredo Jaconi, onde o jogador do Grêmio sofreu mais uma vez com o preconceito racial, um craque do Internacional viveu situação parecida, em outubro do ano passado. Tinga, no jogo em que o Colorado foi derrotado pelo Juventude, no Brasileirão, a cada vez que pegava na bola, ouvia grande parte da torcida imitar um macaco, além de entrar pelos seus ouvidos a própria palavra.Uma agressão tão volumosa e acintosa, que o árbitro Alicio Pena Júnior chegou a interromper o jogo e solicitar que a diretoria do clube tomasse providências, pois do contrário o espetáculo não teria continuidade. "Nunca tinha visto algo parecido", comentou depois o juiz, tão surpreso ficara com a mobilização racista.

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O clube acabou sofrendo uma multa de R$ 200 mil e perdeu o mando de campo em dois jogos. Mais tarde, a pedido do alviverde de Caxias, o caso foi reavaliado pelo STJD e a multa suspensa.Mesmo diante do susto, os dirigentes do Juventude continuam a relevar os atos racistas, tanto que o presidente Iguatemi Ferreira, além de deixar claro que não aplicaria qualquer punição a Antônio Carlos pelo fato ocorrido neste último domingo, ainda deu a seguinte declaração: "Estão vendo chifres em cabeça de cavalo. Vão começar com essa história de novo?".

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Já é uma tradição. Sempre que é disputado um clássico Gre-Nal, os jogadores e os torcedores do Internacional escutam os cantos vindos das torcidas organizadas do Grêmio, inclusive patrocinadas pelo clube, com expressões racistas.Uma dessas torcidas, a Geral do Grêmio, incluiu em seus versos "macacos imundos" e "macacos do Internacional". Sempre foi assim, mas agora, diante de todos esses fatos novos e do movimento anti-racismo, a atitude terá de ser reavaliada, pois o clube poderá sofrer punições graves.Um dos mais importantes dirigentes do Grêmio, o vice-presidente do Conselho de Administração, Marco Antônio Scapini, declarou nesta semana que já havia solicitado à torcida que insiste na expressão "macaco", que a substitua por "colorado". Ou seja, sugeriu que gritem "colorados imundos". Segundo ele, não são todos os torcedores que agem dessa forma, "apenas uma minoria de insanos".

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O Grêmio, clube de origem germânica, fundado em 1903 por jovens da alta sociedade porto-alegrense que tinham sobrenomes como Bohrer, Kallfelz, Schuck e Uhrig - todos integrantes da primeira diretoria - só decidiu aceitar o ingresso de atletas negros nos seus quadros na segunda metade do século XX.

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Apesar do "canetaço" abolindo o racismo, a tradição se perpetuou na mente de muitos gremistas e, até hoje, constrange alguns jogadores. Para a temporada 2003, por exemplo, o Grêmio investiu alto e contratou o centroavante Christian, que havia feito história no rival Inter, onde era conhecido como o "Deus Negro Colorado", expressão criada por um narrador de Porto Alegre e adotada pelos torcedores.Pois no dia 9 de fevereiro daquele ano, com contrato recém assinado com o Tricolor, Christian foi assistir a um Gre-Nal das cadeiras do Olímpico, espaço nobre do estádio. Levou irmãos, pai, e distribuiu autógrafos como todo grande ídolo. O constrangimento veio quando o Inter, seu ex-clube - que tem como símbolo o negrinho de uma perna só, o Saci - entrou em campo, e todos ao seu lado se levantaram e passaram a gritar "hu! Hu! Hu!" e a imitar macacos.

3 comentários:

Cruz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Muito força barra, poderia ter ficado no primeiro post em Leo. Vou em 80% dos jogos nas cadeiras (outros na geral) cara, nunca vi ninguem imitar macaco na entrada de um time nem nada. Ae falam que o Christian fica constrangido, o cara que escreveu le mentes agora. A propria torcida do inter poe mascara de macaco, grita aaa eu sou macaco e tem bandeiras com macaco! Palmeiras é Porco, Flamengo é Urubu, Inter é macaco, e viva o folclore futebolistico!
Racistas existem no Gremio sim! Mas tb no Inter vasco juventudo etc..

Leo Garcia disse...

Porque forcei a barra?

Eu só quis mostrar um dado alarmante que há um ano atrás, o Rio Grande se manchava com essa história de racismo. E é exatamente isso que não deve acontecer, as pessoas reclamarem que estão abordando de mais esse assunto, como disse o presidente do Juventude na época.
O único jeito de melhorar essa situação é falar e falar sem medo.