segunda-feira, 28 de maio de 2007

Eu não sou o David Coimbra. Ainda bem.


Eu iria escrever como o Vitório Piffero em apenas 5 meses conseguiu ser o pior presidente da história do Internacional, e como o segundo tempo do jogo contra o Fluminense foi o mais patético que eu já vi o Colorado jogar em toda minha vida. Mas não estou mais com vontade de falar sobre isso. Então, já que meus colaboradores não colaboram, requento um texto meu que escrevi quando ainda morava na terra da UEFA. Esse texto foi originalmente publicado no site futebolístico do amigo Carlo, o
Sem Caneleira. Aqui vai:


Contos Futebolísticos mais Curtos que os Braços do João Gabriel


Seu Aírton

Os olhos de Seu Aírton brilharam no dia que ele leu aquela reportagem no jornal. Era uma entrevista com o pai das irmãs Willians, as duas tenistas negras que por muito tempo dominaram o ranking, venceram tudo que é torneio e renderam rios de dinheiro. Nessa entrevista, o orgulhoso papai contava seu segredo: ele tinha fabricado campeãs. Desde que as duas começaram a engatinhar já tinham raquetes e bolinhas nas mãos, proteínas nas mamadeiras e com dois anos já treinavam meio turno. Deu no que deu. Seu Aírton, que recém tinha tido seu primeiro filho, Airtonzinho, já imaginou a cor da Ferrari que iria comprar em dezenove anos e sete meses depois, conforme seu cálculo. Começou então a preparar o novo craque. Vinte e um anos depois, Seu Aírton suspirou fortemente quando Arturzinho virou o picolezeiro mais gente fina de Cidreira.


Avelã

Avelã, como sempre foi conhecido (mesmo sem saber o que significava isso) amava muito sua esposa. E a sua segunda paixão era o futebol. A primeira era uma cerveja gelada com dois dedos de colarinho.


Ademir

Ademir era lateral-esquerdo. Teve uma carreira não mais que razoável. O típico jogador que jogou uma temporada sem destaque no Coritiba, foi reserva do Atlético MG e passou a maior parte da carreira em times medianos do Nordeste. Isso era mais que compreensível. Segundo seu avô, Ademir era nome de goleiro e não se fala mais nisso.


Josias

Josias tinha 14 anos e era gandula do Clube Esportivo Aimoré. O dia mais triste da vida dele foi aquele 23 de abril. O Sr. Lopes Robeiro, então juiz da partida, inventou um penalti para o Lajeadeanse nos acréscimos do segundo tempo. A torcida não perdoou e a última imagem que Josias viu foi um enorme rádio destinado ao Sr. Lopes Ribeiro atingir sua cabeça. O dia mais feliz da vida de Josias, foi aquele 24 de abril, quando Jorge Luiz, a Bala Mais Rápida do Vale dos Sinos, foi lhe visitar no Hospital e lhe deu suas meias autografadas.


Magdo

Magdo sempre detestou futebol (seus amigos o chamavam de bicha por isso). Magdo nunca compreendeu por que escreveram um conto de futebol sobre ele.