quarta-feira, 16 de julho de 2008

O FUTEBOL BRASILEIRO VAI SE ESVAINDO ENTRE DEDOS MACULADOS

Não é de hoje que os times brasileiros sofrem com o assédio financeiro de clubes alienígenas. Até aí nada de novo. Somos um país de terceiro mundo. Uma economia pequena, de pouco poder de barganha, se comparada às aptidões financeiras das grandes potências mundiais. E isso, evidentemente, se reflete nas finanças das agremiações que se espalham por todas as glebas tupiniquins. Porém, nunca na história desse país, como gosta de dizer aquele torcedor corintiano que manda em Brasília, os times daqui estão sendo tão desfigurados pelos times de lá. E o efeito deturpador das contratações feitas quase que a esmo pelos clubes estrangeiros está acabando por extrair os últimos resquícios de qualidade do futebol brasileiro. Europeus, árabes, asiáticos, mexicanos. Só falta mesmo que os “grandes times” da Bolívia levem nossos jogadores. Até mesmo jogadores medianos são alvos das enxurradas de euros e petrodólares. E nada de novo se vê. As perspectivas tornam-se temerárias.

Não é possível que não existam remédios jurídicos de garantia – financeira – aos clubes brasileiros. Não se pretende o fechamento do mercado ao exterior. Porém fica evidente que há algo de errado no ar. Perdemos jogadores em meio ao campeonato. Mas não podemos inscrever nossas contratações para repô-los. Não podemos, então, ingressar na justiça sob pena de sofrermos punições. Ou seja, as regulamentações da FIFA se sobrepõem a jurisdição e a Constituição brasileiras. Os melhores times da atualidade contam com jogadores de inúmeros países diferentes. Todavia, podemos ter apenas três estrangeiros aptos a jogar por rodada.

É claro que a administração politizada de alguns clubes vai na contramão da necessária acuidade administrativa que uma empresa merece. Entretanto, até mesmo os cartolas não podem ficar aí, inertes. A desproporcionalidade na relação entre os times daqui e os times de lá já afeta até mesmo nossa Seleção. Se os clubes não liberam jogadores para servir aos seus respectivos países, qual a finalidade de mantermos um selecionado?

E aí há de se fazer referência a inabilidade tendenciosa Confederação Brasileira de Futebol na tomada de medidas em favor do futebol brasileiro. Enquanto os clubes do Brasil não organizarem uma liga, defendendo assim seus próprios interesses através de uma regulamentação que se harmonize com o bem do deporto futebolístico nacional, continuaremos sendo esbulhados por interesses alheios – seja de quem manda na CBF, seja de quem leva jogadores a granel para fora do país.

Um comentário:

Anônimo disse...

assino embaixo.