quarta-feira, 19 de março de 2008

CRUZADA CONTRA O ÁLCOOL NOS ESTÁDIOS

Mal começaram as discussões e ontem já foi aprovada na Assembléia a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas dentro de estádios e ginásios (pobre destes, sobrou até pra galera do vôlei e do basquete). Com tantos problemas que enfrentamos em nosso Estado, a maioria dos políticos só pensa em sair da mídia através de polêmicas.
Hoje na Zero Hora tem uma entrevista com o deputado estadual MIKI BREIER (PSB), o autor do projeto. Obviamente este inexpressivo e desconhecido político só está atrás de fama com esta sua Lei Seca. O principal argumento dele é “a prevenção da violência, principalmente nos estádios. Em muitos deles, vemos acontecer momentos de selvageria, inclusive com pessoas perdendo a vida.” Faz quanto tempo que alguém não morre dentro de um estádio no Rio Grande do Sul, ainda mais por causa de brigas geradas pelo excesso de consumo alcoólico? Pelamordedeus, só podia ser gremista mesmo este deputado.
O vice-governador Feijó que vai ficar 17 dias no poder agora, não tem uma posição definida ainda, mas já declarou que sempre prefere punir os infratores do que proibir, pois acredita muito na LIBERDADE.
O presidente do Grêmio, Paulo Odone, que também é deputado, votou a favor porque “é uma tendência mundial”. Nem tudo que é tendência mundial é benéfico penso eu.
Já o presidente do Inter, Vitório Piffero, de quem discordo de algumas idéias, foi taxativo classificando a lei de “inócua”, dizendo que o sistema de monitoramento de câmeras no Beira-Rio já resolveu o problema das confusões dentro e fora dos estádios.
Na minha humilde opinião de freqüentador há quase duas décadas em jogos de futebol, essa lei não ajuda em nada. Primeira coisa: todos sabem que o único jogo que dá problema é grenal. Ponto. Nos outros é sempre tranqüilo. Há 10 dias atrás mais de 40 mil colorados lotaram o Beira-Rio pra ver o jogo contra o Brasil de Pelotas (que tinha uma torcida relativamente grande para um visitante). Todos puderam comprar e degustar suas cervejas e pelo que eu saiba nada aconteceu. O que passa às vezes é atos isolados de vândalos, que apedrejam ônibus de times ou torcidas locais. Isto nem sempre acontece nos arredores do estádio e eu não culparia o álcool pelo comportamento destes marginais. Voltando ao meu raciocínio inicial, se fosse proibir que só proibissem em grenais. Mas, e há sempre um mas em tudo, há cerca de dois anos (acho que devido ao lamentável episódio dos banheiros queimados), a polícia vem fazendo um ótimo trabalho de escoltamento com torcida adversária evitando confusões maiores. E alem de tudo as brigas mais comuns em grenais são fora dos estádios e antes de a partida começar.
Enfim pelo andar da carruagem, essa maldita lei vai ser sancionada, o deputadinho vai ficar todo orgulhoso e TODOS que costumam beber terão que encher a cara a mais fora do estádio e deixarão de contribuir com receita seu clube do coração. Enquanto isso Porto Alegre segue cada dia mais violenta, mais assaltos e seqüestros relâmpagos e os malditos políticos não fazem nada.


DOIS ADENDOS QUE ME VIERAM NA CABEÇA AGORA À TARDE:

O Paulo Odone citou que a proibição é uma tendência mundial amparada pela FIFA. Bom, eu estive na última Copa do Mundo da Alemanha e posso garantir que vendiam (e muito) cervejas tanto nos arredores quanto dentro do estádio. Inclusive quem quiser comprovar veja este meu vídeo, o detalhe do copinho de cerveja na mão. O mesmo aconteceu durante o Mundial de Clubes 2006 da mesma FIFA no Japão, onde a torcida colorada emborcou uma bela quantidade de álcool e não fez mais do que pura festa.
Enquanto isso, em São Paulo, onde essa proibição existe há uma década se não me engano, as torcidas organizadas do Palmeiras e São Paulo se enfrentaram e causaram muita baderna no clássico do último domingo. Deve ser culpa da cerveja sem álcool.

Um comentário:

Tiago Gomes disse...

Definitivamente quem será + prejudicado com isso são os gremistas, pois a qualidade da cerveja no Monumental não se compara com a do chiqueiro.