SOMOS DO POVO QUE LUTA SIM SENHOR, NOSSA HISTÓRIA É ASSIM...EU SOU TRICOLOR, SEMPRE TRICOLOR! TE AMO NA BOA E NA RUIM!!!!
RESISTE GRÊMIO.
MAIS UM JOGO SE FOI, A BATALHA CONTINUA...
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Porque todo grande time começa com um grande volante
Quando o papa João Paulo II esteve em Porto Alegre, dia 4 de Julho de 1980, o Internacional era tri-campeão brasileiro - aliás, o único tri de um campeonato que ainda não tinha completado uma década de existência. O Inter tinha inclusive vencido o campeonato anterior, o de 1979, e de forma invicta: o único campeão sem derrota até hoje, em 36 anos de disputa. Somando os pontos dos 10 primeiros campeonatos brasileiros, o Inter não estava apenas em primeiro no ranking; estava exatos 70 pontos na frente do segundo lugar!
Naquele momento, o Inter tinha no meio-campo o melhor jogador do Brasil (Falcão), depois de ter tido na zaga, por três anos seguidos, o melhor jogador da América (Figueroa). E isso sem falar no Carpeggiani. Em julho de 1980, o Inter estava disputando pela terceira vez em 5 anos a Copa Libertadores da América, numa campanha brilhante, já praticamente classificado para a final.
Na mesma cidade de Porto Alegre, havia um outro clube, de muito menor importância, que NUNCA tinha chegado perto de um título nacional nem sequer tinha sido candidato a uma vaga na competição sul-americana.
Pois foi aí que o Papa veio a Porto Alegre. 4 de Julho de 1980. Sei lá quem foi que inventou de realizar a missa campal no Bairro Azenha, justamente em frente à sede do tal clube esse pouco conhecido. Mas foi lá que a coisa aconteceu. Até hoje, a poucos metros do estádio de futebol da Azenha, um monumento em concreto sugerindo mãos elevadas num gesto de oração, marca a passagem de Karol Wojtyla pela cidade. E, a partir daí, outras mudanças ocorreram naquela região.
Apenas um mês depois, dia 6 de Agosto daquele mesmo ano, o Inter perdeu a final da Libertadores para o Nacional em Montevidéu, e em seguida vendeu Falcão para o Roma. No ano seguinte, o campeão brasileiro foi aquele outro clube de Porto Alegre, que dois anos depois ganharia a Libertadores, e assim por diante. O Inter nunca mais foi campeão brasileiro e, nas poucas vezes em que conseguiu disputar competições internacionais, começou a se dar mal.
Aqui os praticantes vão ter que me desculpar, mas toda tese precisa de uma contraprova. Sem querer entrar em detalhes sobre a longa agonia de João Paulo II, e longe de comemorá-la ou mesmo de relativizá-la, é preciso reconhecer que ela corresponde exatamente à queda do clube da Azenha, que culminou com sua volta à segunda divisão ano passado. No dia 2 de Abril de 2005, os jornais de Porto Alegre noticiaram com pesar a morte de Karol Wojtyla e as difíceis contratações daquele ex-grande clube brasileiro para enfrentar, mais uma vez, "o inferno da segundona".
Quanto ao Internacional, que por algum tempo fora acusado de não fazer jus ao nome, é o atual campeão da América e, juntamente com os melhores no futebol das outras cinco confederações continentais, vai disputar o segundo Campeonato Mundial de Clubes organizado pela Fifa no Japão, agora em dezembro.
Há quem acredite em teorias conspiratórias. Há quem veja como possível algum tipo de intervenção divina em assuntos tão terrenos quanto o futebol. Minha conclusão é muito mais simples: todos os reinados um dia terminam, o novo é subsituído pelo mais novo, a gangorra se move. E o futebol, como alguém já definiu, é apenas "a mais séria de todas as bobagens" ou, como lembrou meu amigo Abrão Blumberg, "a coisa mais importante entre todas as que não têm importância nenhuma". Deus, o Papa, o Bispo Macedo e o Dalai Lama não têm nada a ver com isso. Ou será que têm?