terça-feira, 8 de setembro de 2009

ENGOLINDO O TITE

Quando o Abel Braga deixou o comando colorado em meados de 2008, o Inter tinha poucas opções no mercado. Minha preferência (ironia do destino) era o Paulo Autuori, inviável na época, já que estava com contrato milionário em andamento no mundo árabe (tem um texto meu da época AQUI em que muita coisa agora eu mesmo não concordo).

Eu não queria o Tite. A grande maioria da torcida não queria o Tite. O Vitório Piffero não queria o Tite. Mas as opções foram ficando cada vez mais escassas e em (mais) um golpe de mestre de Fernando Carvalho, Tite desembarcou no Beira-Rio como solução. Como ele conseguiu isso? Simples: espalhou um boato que o Inter estava perto de contratar o Nelsinho Batista – na época valorizado pelo ótimo trabalho no Sport Recife. Foi o suficiente para fazer toda torcida colorada “querer” o Tite. Na verdade todos preferiam até um boneco de merda do que aquele traíra do Nelsinho, mas a tática funcionou. Lembro de ouvir uma pesquisa na Gaúcha que apontava um índice de mais de 90% em favor do Pastor. “Ele nem é gremista nada, começou no Caxias” apontavam os mais otimistas.


Enfim, todo esse preâmbulo para situar que o Tite não chegou, como podemos dizer, muito prestigiado no Beira-Rio. Estava claro que a paciência da torcida seria curta.

E o time não embalou no Brasileiro. Até entendo que a culpa não era exatamente do técnico, mais até da direção que teimava em desmanchar e remontar o time com o campeonato em andamento. Para piorar o panorama, o clube da Azenha com um time pouco acima de medíocre e treinado por CELSO ROTH liderava com folga a competição.

Mas no final das contas, 2008 acabou sendo um ano bem positivo para o Inter, e consequentemente para Tite. Além de golear o Grêmio (e assim tirar o título deles), o Internacional conquistou (de maneira inédita para um clube brasileiro) a Copa Sul-Americana. Este é um feito muito mais importante que uma vaga na Copa Libertadores, por exemplo (a não ser que você venha a vencê-la no ano seguinte, mas isso já são outros quinhentos).


Tite começou 2009 muitíssimo bem. Apresentações de gala lhe renderam o Gaúchão, mas nunca aplausos da torcida que não se convencia com a presença daquele sujeito de camisa cor de vinho na beira do campo. Ela apenas o aturava. Se o Inter ganhava é porque o time é que era bom, se perdia o técnico é que não prestava. Foi o que aconteceu quando perdemos a Copa do Brasil e a Recopa. Depois veio o Grenal, e só Deus sabe como a cabeça do Pastor não rolou, já que era o desejo de todos (inclusive o meu). Ainda mais com Muricy e Luxemburgo desempregados. Mas não. Tite seguiu e junto com eles seus discursos de dar inveja a um bestseller de auto-ajuda.


Minha opinião hoje em dia é que o Tite é um bom técnico sim. Não inventa muito, na maioria das vezes escala o que tem de melhor, e costuma mexer bem. Às vezes dá preferência para suas ovelhinhas e cordeirinhos (marcelo), e/ou retranca mais do que deveria. Porém um de seus maiores defeitos - se não o maior - é o carisma. No caso, a falta de. Tite dá a impressão de ser um chato. Suas entrevistas são tão, mas tão chatas, que não dá vontade de ouvir nem quando o Inter faz uma atuação de luxo. Meu Tio Paulo uma vez me confidenciou que começou a gostar mais do Tite, no momento que parou de ouvir suas entrevistas. Fica a dica.


Mas uma coisa tem que ser dita: o Inter fez belíssimas apresentações em 2009. Mesmo o time campeão da América e do Mundo não jogava tão bonito assim. Eu sei que o jogo bonito não necessariamente traz títulos, mas já é um indício.


A real é que ninguém precisa gostar do Tite. Basta não secá-lo. Já está mais que comprovado que os times que menos trocam de treinadores são os mais vitoriosos. Então, no final do ano, se o Internacional for campeão brasileiro, trinta anos depois do tri-campeonato invicto, é dever de todo Colorado, fazer a seguinte tatuagem:



2 comentários:

Anônimo disse...

Eu não posso torcer pra um cara, que depois de um jogo do Inter no sábado em que trabalhou, no domingo faz um churrasco e reune os amigos do filho para torcer pelo Grêmio. Me dá asco de ver esse gremista vestindo o uniforme colorado.

Anônimo disse...

Bobagem esta coisa de que fulano é colorado, beltrano é gremista. Só torcedor é que acredita nisto, eles só querem é grana mesmo.

O Tite é bom técnico, muito mais que o Abelão, mas é um mala sem alça. Ele podia apresentar programa vespertino, tipo aquele Brito Jr. ou então reality show do lado do Bial.