Estamos vivendo um dia histórico. Mais um. Mas esse é mais que especial. Cem anos é uma marca bem interessante. E é difícil para minha pessoa escrever um texto emocionante sobre o centenário do Sport Club Internacional. Ia necessitar tempo, muito tempo. Tantas alegrias, tantas histórias este clube me proporcionou. E quantas ainda há de proporcionar, para meu pai, para mim, meus filhos e meu netos que ainda não nasceram, mas já são colorados e estão felizes. Parabéns Internacional, e parabéns a todos os colorados deste mundo vermelho.
Hoje, na virada, estarei no Gigante da Beira-Rio, palco de tantas glórias, para presenciar um belo espetáculo de fogos.
Amanhã vou no tão esperado jantar e conto mais detalhes aqui (parece que em 2003 houve um jantar bem constrangedor na Azenha, já que um time de lá figurava na lanterna do Brasileirão no dia de seu centenário).
E no domingo, bom no domingo é só alegria. O glorioso Mestre vai nos dar mais um belo presente de aniversário.
...............
Este vídeo já botei aqui, mais de uma vez até, mas não importa, vai de novo. O gênio Luis Fernando Verissimo só podia ser colorado mesmo:
Abaixo, republico o meu conto que saiu no livro Histórias Coloradas II. Tem um outro conto meu (aquele da final do Gaúchão contra o XV), mais engraçado que está no site do centenário AQUI, na página 48. Acho que esse que saiu no livro eu nunca tinha posto aqui no Mestre. Eis:
O QUE EU REALMENTE GOSTARIA DE TER DITO
Intervalo do jogo final da Libertadores no Beira-Rio. Inter vence por um a zero, e eu nervoso, me encontro na fila do banheiro. Começo a bater um papo com o Lucianinho, repórter da Rádio Gaúcha, que estava por ali. Então, do nada, ele aponta o microfone pra mim e me põe no ar. Eu sou um cara que sempre tenho as melhores respostas. Detalhe: sempre um minuto depois de precisar delas. Então transcrevo agora o que eu realmente gostaria de ter dito naquele momento (fazendo de conta que me deixariam falar por uns 3 minutos, graças a minha empolgação):
Faltam só 45 minutos. Só 45. Eu olho pra todo esse mar vermelho, todos apreensivos, apenas esperando esses 45 minutos para entrar em êxtase total. Quanto tempo aguardamos por esse momento? Eu toda a minha vida. Quando nasci não tive escolha. Meus pais decidiram que eu ia me chamar Leonardo e que ia ser colorado. E eu só tenho a agradecê-los por isso. Desde o berço o Inter foi minha religião. Então sempre tive muita fé, e tudo que eu sofri, só fez aumentar minha paixão. Eu sabia que um dia a nossa hora ia chegar. A hora de conquistar a América. (pausa para respirar)
Eu tinha só 10 anos e me lembro como se fosse ontem, vibrando no Beira-Rio, aquele pênalti mal batido do Célio Silva. Me lembro de chorar como um bebê quando o Dunga deu aquele peixinho e nos salvou da segundona. Me lembro de rir á toa no estádio deles, quando aplicamos os 5 a 2. Me lembro que o melhor presente que eu ganhei na minha vida foi de um tio, amigo do Figueroa, que me regalou a camisa que o Dom Elias jogou a semifinal de 75 contra o Fluminense. E vou me lembrar para sempre o momento que esse juiz argentino apitar o final deste jogo.
Tento contar rapidamente como foi para um colorado doente, acompanhar quase toda a Libertadores na Europa. Fiquei um ano fazendo um mestrado na Espanha, e fiz o possível para divulgar o Inter por lá. Sentia-me como se fosse embaixador do clube no velho continente. Tive em dezenas de países e desfilei em tudo que é canto com a camisa rubra. A mesma que presenteei a diversos amigos espanhóis e italianos. Discutia com quem dizia que a Champions League era muito mais difícil que a Libertadores (põe o Villareal pra jogar na altitude do Equador, põe!). Tudo pelo Inter.
O pior de tudo é que, por estar tão longe, sofri mais que nunca durante a competição, só ouvindo os jogos. Eu era a reencarnação do meu avô. A diferença era que ele escutava um radião de madeira e o time era o Rolo Compressor. Já eu, ouvia num notebook conectado à internet e o time era Fernandão e Cia, um Rolo Pós-Moderno. E para um fanático não assistir aos jogos é dureza. Tudo graças aos narradores, que mesmo que a bola esteja no meio do campo, sempre berram como se fosse quase gol. Os cardiologistas deveriam processar as emissoras de rádio por isso. Mas pior que escutar é não ter nem noção do que está acontecendo. Foi o meu caso e de um grande amigo, também coloradaço, no jogo de volta contra o LDU. Estávamos em um festival de música, em uma pequena praia perto de Valencia. E como o jogo era às 3 da manhã da hora local, não existia nenhum lugar aberto com internet. Ou seja, compramos um barril de chopp e ficamos bebendo em um parque com duas amigas colombianas. Talvez tenham sido os 105 minutos mais apreensivos da minha vida. E quase morri do coração quando liguei pra casa e descobri que o também colombiano Rentería acabava de fazer o segundo gol. As gurias não conseguiam entender porque gritávamos, abraçávamo-nos e as lágrimas corriam tanto de nossos olhos. E de fato, não tinha como explicar.
Já no jogo de volta da semfinal contra o Libertad, conseguimos achar o único cyber café de Atenas aberto às 5 da manhã e quase quebramos todo o recinto quando o Colorado carimbou o seu passaporte à final. Era de manhã na Grécia. E era hora de antecipar a volta à nossa terra.
Cheguei dois dias antes do primeiro jogo e já fiquei por São Paulo. Encontrei com o meu pessoal e fomos todos ao Morumbi. Nosso ônibus se perdeu, mas a bela poesia lida ali por um conselheiro encheu ainda mais todos de emoção e esperança. Passamos por cima de tudo, inclusive de muitos cuspes e o resto a gente deixou com o Sóbis, que fez o Morumbi virar o Beira-Rio.
No avião de volta tivemos o prazer de pegar o mesmo vôo do Fernando Carvalho, como já tinha ocorrido na viagem à Buenos Aires, dois anos antes. O presidente ainda pediu meu jornal para ler, orgulhoso, que o sonho dele, o meu e de toda a nação vermelha estava mais perto do que nunca.
Então este é meu primeiro jogo no Beira-Rio, depois de um ano longe. Logo este. E só falta 45 minutos. Depois disso, posso morrer feliz.
Era isso que eu gostaria de ter dito. Porém, quando vi aquele microfone na minha boca, falei a primeira coisa que passou pela minha cabeça, algo como: “só falta 45 minutos. Só faaaalta 45 minutoooooooos. Depois vamô estourar tudo, CARAL...”. Neste momento, o Lucianinho afastou o microfone de mim. Sem problemas, 45 minutos depois eu era Dono da América e nada mais importava.
Eu e meu irmão, colorados desde sempre.
Hoje, na virada, estarei no Gigante da Beira-Rio, palco de tantas glórias, para presenciar um belo espetáculo de fogos.
Amanhã vou no tão esperado jantar e conto mais detalhes aqui (parece que em 2003 houve um jantar bem constrangedor na Azenha, já que um time de lá figurava na lanterna do Brasileirão no dia de seu centenário).
E no domingo, bom no domingo é só alegria. O glorioso Mestre vai nos dar mais um belo presente de aniversário.
...............
Este vídeo já botei aqui, mais de uma vez até, mas não importa, vai de novo. O gênio Luis Fernando Verissimo só podia ser colorado mesmo:
Abaixo, republico o meu conto que saiu no livro Histórias Coloradas II. Tem um outro conto meu (aquele da final do Gaúchão contra o XV), mais engraçado que está no site do centenário AQUI, na página 48. Acho que esse que saiu no livro eu nunca tinha posto aqui no Mestre. Eis:
O QUE EU REALMENTE GOSTARIA DE TER DITO
Intervalo do jogo final da Libertadores no Beira-Rio. Inter vence por um a zero, e eu nervoso, me encontro na fila do banheiro. Começo a bater um papo com o Lucianinho, repórter da Rádio Gaúcha, que estava por ali. Então, do nada, ele aponta o microfone pra mim e me põe no ar. Eu sou um cara que sempre tenho as melhores respostas. Detalhe: sempre um minuto depois de precisar delas. Então transcrevo agora o que eu realmente gostaria de ter dito naquele momento (fazendo de conta que me deixariam falar por uns 3 minutos, graças a minha empolgação):
Faltam só 45 minutos. Só 45. Eu olho pra todo esse mar vermelho, todos apreensivos, apenas esperando esses 45 minutos para entrar em êxtase total. Quanto tempo aguardamos por esse momento? Eu toda a minha vida. Quando nasci não tive escolha. Meus pais decidiram que eu ia me chamar Leonardo e que ia ser colorado. E eu só tenho a agradecê-los por isso. Desde o berço o Inter foi minha religião. Então sempre tive muita fé, e tudo que eu sofri, só fez aumentar minha paixão. Eu sabia que um dia a nossa hora ia chegar. A hora de conquistar a América. (pausa para respirar)
Eu tinha só 10 anos e me lembro como se fosse ontem, vibrando no Beira-Rio, aquele pênalti mal batido do Célio Silva. Me lembro de chorar como um bebê quando o Dunga deu aquele peixinho e nos salvou da segundona. Me lembro de rir á toa no estádio deles, quando aplicamos os 5 a 2. Me lembro que o melhor presente que eu ganhei na minha vida foi de um tio, amigo do Figueroa, que me regalou a camisa que o Dom Elias jogou a semifinal de 75 contra o Fluminense. E vou me lembrar para sempre o momento que esse juiz argentino apitar o final deste jogo.
Tento contar rapidamente como foi para um colorado doente, acompanhar quase toda a Libertadores na Europa. Fiquei um ano fazendo um mestrado na Espanha, e fiz o possível para divulgar o Inter por lá. Sentia-me como se fosse embaixador do clube no velho continente. Tive em dezenas de países e desfilei em tudo que é canto com a camisa rubra. A mesma que presenteei a diversos amigos espanhóis e italianos. Discutia com quem dizia que a Champions League era muito mais difícil que a Libertadores (põe o Villareal pra jogar na altitude do Equador, põe!). Tudo pelo Inter.
O pior de tudo é que, por estar tão longe, sofri mais que nunca durante a competição, só ouvindo os jogos. Eu era a reencarnação do meu avô. A diferença era que ele escutava um radião de madeira e o time era o Rolo Compressor. Já eu, ouvia num notebook conectado à internet e o time era Fernandão e Cia, um Rolo Pós-Moderno. E para um fanático não assistir aos jogos é dureza. Tudo graças aos narradores, que mesmo que a bola esteja no meio do campo, sempre berram como se fosse quase gol. Os cardiologistas deveriam processar as emissoras de rádio por isso. Mas pior que escutar é não ter nem noção do que está acontecendo. Foi o meu caso e de um grande amigo, também coloradaço, no jogo de volta contra o LDU. Estávamos em um festival de música, em uma pequena praia perto de Valencia. E como o jogo era às 3 da manhã da hora local, não existia nenhum lugar aberto com internet. Ou seja, compramos um barril de chopp e ficamos bebendo em um parque com duas amigas colombianas. Talvez tenham sido os 105 minutos mais apreensivos da minha vida. E quase morri do coração quando liguei pra casa e descobri que o também colombiano Rentería acabava de fazer o segundo gol. As gurias não conseguiam entender porque gritávamos, abraçávamo-nos e as lágrimas corriam tanto de nossos olhos. E de fato, não tinha como explicar.
Já no jogo de volta da semfinal contra o Libertad, conseguimos achar o único cyber café de Atenas aberto às 5 da manhã e quase quebramos todo o recinto quando o Colorado carimbou o seu passaporte à final. Era de manhã na Grécia. E era hora de antecipar a volta à nossa terra.
Cheguei dois dias antes do primeiro jogo e já fiquei por São Paulo. Encontrei com o meu pessoal e fomos todos ao Morumbi. Nosso ônibus se perdeu, mas a bela poesia lida ali por um conselheiro encheu ainda mais todos de emoção e esperança. Passamos por cima de tudo, inclusive de muitos cuspes e o resto a gente deixou com o Sóbis, que fez o Morumbi virar o Beira-Rio.
No avião de volta tivemos o prazer de pegar o mesmo vôo do Fernando Carvalho, como já tinha ocorrido na viagem à Buenos Aires, dois anos antes. O presidente ainda pediu meu jornal para ler, orgulhoso, que o sonho dele, o meu e de toda a nação vermelha estava mais perto do que nunca.
Então este é meu primeiro jogo no Beira-Rio, depois de um ano longe. Logo este. E só falta 45 minutos. Depois disso, posso morrer feliz.
Era isso que eu gostaria de ter dito. Porém, quando vi aquele microfone na minha boca, falei a primeira coisa que passou pela minha cabeça, algo como: “só falta 45 minutos. Só faaaalta 45 minutoooooooos. Depois vamô estourar tudo, CARAL...”. Neste momento, o Lucianinho afastou o microfone de mim. Sem problemas, 45 minutos depois eu era Dono da América e nada mais importava.
Eu e meu irmão, colorados desde sempre.
5 comentários:
Parabéns ao co-irmão. O presente vem domingo.
É LEGAL MESMO SER CAMPEÃO DA LIBERTADORES, NÓS GREMISTAS, SABEMOS DISTO EM DOBRO! AHAHAHAHAH
O azucrinamerda (concursado = fracassado), tu tambem sabe como é cair pra segundona em dobro, seu viado filho de um velho puto. haahahahhahahahahahahahahahhahahahahaha. Salário milionário hahhahahahahahahha.
O azucrinamerda (concursado = fracassado), juiz de concurso de tamanho de caralho, hahhahahahhahhahah fundador da COLIGAY.
É de chorar!
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