Eu posso dizer que participei intensamente das comemorações do centenário colorado. Vou detalhar um pouco minha experiência para os caros leitores do blog. Fiz alguns vídeos, mas como tava recém aprendendo a mexer no meu celular novo, eles ficaram uma bosta, baixa qualidade do caralho, acho que nem vale a pena colocá-los no youtube. Publico algumas fotos e vocês imaginam o resto.
QUINTAPrólogo da festa. O glorioso Mestre consegue a façanha de tomar de quatro do Caxias e garante a quarta colocação de seu grupo e conseqüentemente um grenal um dia após o centenário vermelho. Isto apimenta as celebrações e infla ainda mais a torcida colorada.
SEXTAEstava em um churrasco com amigos na Zona Sul, quando se aproximou das onze horas, comecei a ouvir os primeiros fogos e buzinas. Amigos que chegavam anunciavam que o trafego era imenso nas imediações do Beira-Rio. Ainda tava na dúvida se ia ou não, mas a emoção tomou conta e resolvi presenciar o momento histórico. A patroa se pilhou e fomos para a virada no Gigante.
Havia milhares de pessoas gritando cânticos colorados, famílias inteiras, incrível mesmo, parecia que ia rolar um jogo. Na meia-noite rolou um belo espetáculo de fogos para abrir com chave de ouro as comemorações. Vi muita gente chorando de emoção, mas sei lá, a minha sensação foi algo parecido com Reveillons, tipo o cara fica feliz, mas como é uma coisa certa que vai acontecer (só o peru morre na véspera), não rola aquela explosão de alegria, como a de ganhar um jogo importante por exemplo. Mas foi uma experiência e tanto de vida. Parafraseando a propaganda do velhinho “Como é bom ser colorado”.
Enfim, logo depois resolvi voltar pro churrasco, porque ainda tinha algumas cervejas uruguaias escondidas e pedaços de costela me esperando.
SÁBADOAcordo perto das onze com a ressaca pegando. Minha mãe foi pra marcha, mas eu achei que não tinha mais idade para isso. Ledo engano. Gui me liga e diz que tá chegando perto do Gigante com a massa. É o suficiente. Desço a pé até o estádio e vejo o mar vermelho na Padre Cacique, com direito a trio elétrico e tudo. Estou com a mesma camisa de lã da noite anterior e o calor me consome a alma. Ou seja, eu que não sou muito de suar, suo como um porco. Quando percebo estou no meio da multidão cantando e seguindo o trio. Do nada encontro meu primo na meiuca, cujo amigo tem um carrinho de cervejas. Beleza, me abasteço com uma gelada e a ressaca passa na hora. Começo a me vingar do calor.
Mais pra frente encontro o Gui e juntamente com a família da namorada dele, vamos ver o show do Ataque Colorado dentro do estádio. Bem bacana, pra quem não sabe é a banda que grava as músicas da Popular em versão rock. Momento nobilis para a bela música do Neto Fagundes, baseado na “Disparada”, que ele fez pouco antes do Inter jogar com o Barcelona. É impossível não me emocionar toda vez que eu escuto esta canção.
Quando volto pra casa, almoço e o peso das cervejas me derruba por algumas horas.
Pela noite vou no badalado jantar. A expectativa é grande, mas a logística da coisa começa mal, pois ficamos uma hora pra fazer um trajeto ridículo até o portão do Beira-Rio. Nem em dia de jogo lotado é assim. Na real rolou um esquema de manobristas que não funcionou como deveria (mas pelo menos fez com que o Duda Kroeff desistisse de ir). Enfim, ingressamos na festa pelo vestiário. Isto foi uma das coisas mais bacanas: a direção preparou uma rota toda especial para os 3000 convidados chegarem até o gigantinho. Começava no vestiário, passava pelo túnel e entrava no campo. Pena que tava chovendo pra caralho na hora, mas foi do caralho igual. Seguindo o caminho do toldo, do Beira-Rio até o Gigantinho, que estava uma belezura, todo enfeitado.
A festa em si foi bem boa, Renata Fan e Rogério Amaral comandaram bem o baile, com a ressalva que teve discursos demais e vídeos de menos (deveriam ter gravado depoimentos dos jogadores que estavam concentrados e de ídolos das antigas que não puderam comparecer). Porém o momento em que subiu no palco centenas de ex-jogadores, verdadeiros ícones colorados, foi realmente emocionante. Bonita também a homenagem a Arthur Dallegrave. A comida estava ok e bebi cervejas sem parar durante as cinco horas e pouco que permaneci na festa (acho que só ganharam de mim o Fabiano Cachaça e o negão Maurício). Teve ainda o showzinho pirotécnico do Piffero chutando a bola. Beleza.
No final levamos alguns brindes entre eles uma pedrinha de recordação do Eucaliptos (massa!) e um DVD feito pela RBS (com imagens do caralho, entre elas os gols do primeiro Gaúchão do Inter de 1928, porém com uma marca d’agua gigante da emissora no fundo fudendo tudo). Ah, todas as mesas tinham uma réplica do troféu do Mundial FIFA, porém perdemos o “discordar!” da nossa mesa e então contamos com a perspicácia da minha mãe que roubou a da mesa do Falcão, aproveitando que todos estavam distraídos batendo fotos com ele.
É não é todo dia (ou final de semana) que se completa 100 anos. Mas no dia seguinte tinha mais. E meu fígado implorava por um descanso. Não obteve.
DOMINGOAh, a domingueira serviu só pra carimbar 100 anos de festas.