segunda-feira, 23 de março de 2009

A ficção e a realidade


Uma das minhas frases clichês preferidas é “a realidade supera a ficção”. Mas muitas vezes me dou conta que o contrário pode ocorrer também. Alguns dias depois da tragédia do Brasil de Pelotas, quando a direção do clube confirmou a participação no Gaúchão, tive um vislumbre. Na verdade imaginei um filme contando uma epopéia que ainda não tinha nem acontecido. Me veio na cabeça a história deste bravo time que com todas as dificuldades possíveis, conseguisse algumas vitórias heróicas e suadas. A torcida xavante cada vez mais apaixonada e enlouquecida levaria o seu amado clube nas costas. O Brasil conseguiria chegar na final de algum dos turnos, eliminado um dos grandes da capital nos pênaltis. Na final, contra o outro representante da dupla Grenal, o Brasil jogaria de igual para igual, mas perderia (de repente roubado). Enfim, um final emocionante para esse tipo de filme, que não pode ser 100% feliz. Isso não importaria, o time e a torcida comemora como se fosse campeão mundial (uma coisa meio Rocky, “perdeu mas ganhou”) e dedica a façanha aos companheiros que se foram.
Todos os elementos para um filme épico existiam, mas a realidade não perdoa. O Brasil não conseguiu uma vitória sequer no Gaúchão até agora e o rebaixamento é iminente. Sábado assisti a metade final do segundo tempo contra o Ju (e admito que torci mais do que havia torcido pouco antes na goleada colorada frente ao Nóia). Vendo a partida, percebi que o universo está conspirando contra o Brasil mesmo. Se na primeira etapa, já haviam anulado, de maneira discutível, um gol do Xavante, o segundo tempo foi ainda mais triste. O Brasil se tocou pro tudo ou nada e até fez uma boa apresentação, mas a bola teimava em não entrar. Até que aos 46 do segundo, o goleiro Gati do Juventude - que até então vinha operando milagres – fez uma baita cagada e a bola sobrou para Porcellis (foda), livre na pequena aérea, para marcar o gol. O jogador demorou um milésimo a mais e quando foi chutar, o goleiro o derrubou cometendo um pênalti claro. O juiz, tal do Daronco (o mesmo filha da puta que expulsou o D’Alessandro e o Alex) não deu nada. Fim de jogo e a tristeza seguiu imperando no Bento Freitas. Ainda tive que agüentar o Mauricio Saraiva (sempre ele) afirmar que o Brasil estava matematicamente rebaixado (sendo que o Inter-SM não havia nem jogado ainda e naquele momento estava há quatro pontos na frente do Xavante). Por sinal acontece quase que diariamente isso, eu escutar bobagens no rádio e na tv (e eu não digo nem de opiniões, mas dados e fatos concretos) e me dar uma raiva tremenda. Como eu, que não ganho um centavo para isso, sei essas coisas e esses merdas que recebem só para fazer isso, não sabem? É uma vergonha.
Voltando ao Brasil de Pelotas, é uma desgraça tudo isso que aconteceu. Espero de coração que o time consiga se reerguer e dê a volta por cima. Se ainda existe esperança, há que lutar até o fim de cabeça erguida. Termino com outra de minhas favoritas frases clichês "o que não me destrói, me fortalece". Cedo ou tarde o Brasil vai voltar com força total e o filme da epópeia xavante entrará em cartaz. Com final feliz.


Essa foto do Milar eu não conhecia. Simplesmente fantástica, parece que o próprio goleador tinha um apreço enorme por ela.

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